sábado, 3 de maio de 2008
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...that life begins at the end of your comfort zone. You won't find glory at the center of safety, but at its edge. You won't find love at a place where you are covered, but in the space where you are naked. You gotta take some risks. You have to not only pick up the dice, but roll 'em. So go ahead, take the gamble. You have nothing to lose except the chance to win. Neale Donald Walsch
3 comentários:
Caro Mário
Escrever sobre a Grécia é, para mim, um privilégio. Adoro a civilização grega e, especialmente, o seu importante legado para a cultura europeia. Não só a “filosofia fala grego”, como se diz na gíria, mas também a história, a política, a arte e o desporto corroboram, de certa forma, do mesmo atributo. No que diz respeito a Olímpia, antiga cidade grega que é conhecida em todo o mundo por ser o berço dos Jogos Olímpicos, é hoje um dos sítios arqueológicos classificados pela UNESCO como património da humanidade. Os antigos jogos olímpicos faziam parte de um festival religioso em homenagem a Zeus (na mitologia grega é a divindade suprema do Olimpo, o “pai dos deuses”). Antes do início do festival, uma trégua sagrada era declarada em Olímpia, para que os atletas pudessem viajar aos jogos de forma segura. Os primeiros jogos olímpicos aconteceram em 776 a.C. e continuaram até 383 d.C. Depois de mais de mil e quinhentos anos sem olimpíadas, o francês Pierre de Coubertin conseguiu, em 1896, que a chama olímpica se voltasse a acender no Monte Olimpo, dando início aos jogos olímpicos da era moderna. Do complexo arqueológico de Olímpia fazem parte várias estruturas que são de realçar. Em primeiro lugar, o “Templo de Zeus”, que continha uma das sete maravilhas do mundo antigo: uma estátua de ouro e marfim do próprio Zeus; as coroações das vitórias eram efectuadas com ramos de oliveira que cresciam perto do templo. Ao lado do templo, o altar de Zeus era um lugar de sacrifício ao pai dos deuses e mortais. O templo foi desenhado por Libon de Elis e estima-se que a sua construção tenha ocorrido entre 470 e 450 a.C. Construído em pedra calcária, as suas fundações mediam 64 metros de comprimento por 28 metros de largura; o tecto foi construído com vigas e depois coberto por azulejos de terracota, existindo frontões ornamentados em cada um dos seus lados; no frontão a oeste estão representadas as Batalhas de Lápidos e Centauros, com cenas que simbolizam o triunfo da civilização grega, as quais eram muito frequentes em templos da Grécia continental no século V a.C.; no frontão situado a leste, apresenta-se uma corrida de carruagens entre Pélope e o rei Enomao; as colunas dóricas, as mais simples de todas as colunas gregas, mediam 10,5 metros de altura, existindo trinta e seis colunas fora do templo; no seu interior estava colocada a estátua de Zeus, peça que foi construída em 430 a.C. por Fídias e que media 13 metros de altura; foi destruída pelo fogo no século V a.C. No lado norte do complexo erguia-se o “Pritaneion”, construído no séc. V a.C., era a casa de Pritanis (oficiais do santuário) e do sagrado coração, com a chama eterna; o “Philippeion”, que começou a ser construído no século IV a.C., o qual viria a ser acabado por Alexandre, O Grande, foi usado por este rei para homenagear a dinastia macedónica. Na parte sul foi construído um edifício designado por “Metroon”, dedicado a Cibele, a grande deusa-mãe. O templo de Hera, ou “Heraion”, ricamente adornado com estátuas de Hera, a deusa do casamento, e de Zeus, data do século VII a.C. A “Stoa do Eco”, construída em 350 a.C., era uma colunata situada na zona leste do santuário; entre as suas paredes um eco se repetia sete vezes; a colunata “Stoa Sul” marcava a fronteira sul do santuário. O edifício do “Theokoleon” abrigava os sacerdotes e o “Leonidaion”, a casa onde ficavam os convidados estrangeiros e os oficiais durante as suas viagens. O “Bouleuterion” ou Conselho da Câmara, ocupava dois prédios, entre os quais ficava o altar de Zeus Horkios, onde os atletas faziam o juramento antes dos jogos. O “Campo do Peloponeso”, construído no século VI a.C., era um lugar dedicado ao herói mítico Pélope, a quem se atribui a fundação das antigas olimpíadas. Os “Tesouros”, pequenos templos edificados pelas cidades gregas e colónias e o “Altar de Ártemis”, deusa da caça, completavam a estrutura do santuário. No que diz respeito ao complexo de jogos, destacam-se o “Estádio”, construído no século V a.C., com uma pista de 192 metros de largura e 28,5 metros de comprimento, o qual tinha capacidade para 45.000 espectadores; a “Palestra”, construída no século III a.C., e usada para a prática de luta greco-romana, boxe e saltos; o “Ginásio”, construção que remonta ao século II a.C., e que era utilizado para os lançamentos do dardo e disco; os “banhos” para os atletas, que datam do século V a.C. Em relação ao conteúdo dos jogos, existiam várias corridas: o “sprint” com uma distância equivalente a um estádio (192 metros); corrida de 384 metros (dois estádios); prova de longa distância (entre 1344 a 4608 metros); corrida com 27,2 kilos de carga, de 384 a 768 metros. O lançamento do disco (feito de pedra, ferro, bronze ou chumbo). O lançamento do dardo (de madeira, com ponta afiada ou ponta de metal). Os saltos e o pentatlo (lançamentos do disco e do dardo, salto, corrida e luta), completavam as disciplinas dedicadas ao atletismo. Na luta greco-romana era necessário derrubar o adversário por três vezes para sair vencedor; não eram permitidas mordidas, mas quebrar os dedos do adversário, sim. O boxe e a luta realizavam-se sem “rounds” até que um dos lutadores fosse ao chão e não se levantasse mais ou, então, se se desse por derrotado; não existiam regras impedindo a agressão a um adversário enquanto ele estivesse no chão e, também, não havia selecção dos lutadores por peso, sendo estes escolhidos de forma aleatória; o pugilato misturava boxe sem luvas com luta greco-romana; só não era permitido morder e arranhar o rosto do oponente. Por fim, existiam os desportos equestres: corridas com carruagens de 2 e 4 cavalos e entre carroças puxadas por mulas (o trajecto de 14,5 km equivalia a 12 voltas ao estádio); nas corridas de cavalos o trajecto de 7,25 km correspondia a 6 voltas à pista. Muito mais haveria para escrever acerca da cidade de Olímpia, mas antes de terminar esta crónica, quero sugerir a todos aqueles que visitarem esta cidade da Hélade, uma ida ao Museu Arqueológico de Olímpia, um dos mais importantes de toda a Grécia, com achados arqueológicos que vão desde a Pré-história até aos inícios do Cristianismo; de entre as suas preciosidades, destacam-se a colecção de bronzes e as peças em terracota.
Um abraço
Armando Bouçon
AINDA BEM QUE CONTINUAS "EM ALTA", ESPERO QUE TE CORRA TUDO PELO MELHOR NESTA TUA NOVA FASE.
CONTINUAMOS NA TUA "ESTRADA" A FAZER O TEU PERCURSO.BJS DA TUA PRIMA.
Mário daqui escreve Joao Esteves, o couchsurfer portugues de Ljubljana. Consegui aceder ao blog aqui em Budapeste depois de uma breve estadia em Zagreb e queria apenas desejar uma boa continuaçao de viagem! Irei continuar a seguir o teu itinerario e essas fabulosas experiencias através da Europa.
um grande abraço,
Joao Esteves
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