EuroScooter 2008

2 meses, 20 mil quilometros, 26 países europeus

uma Gilera Nexus 250:

A viagem a solo de Mário Cales pelas estradas da europa entre Abril, Maio e Junho de 2008.



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quinta-feira, 8 de maio de 2008

Dia 26 - Transilvania


"Um lugar ao Sol" (Delfins)

1 comentário:

Unknown disse...

Caro Mário
Escrever sobre esse lugar mítico que é a região da Transilvânia, faz-me recordar os velhos filmes do conde Drácula e todo ambiente que transformava o antigo cine-teatro S. Pedro numa espécie de castelo amaldiçoado, algures em uma floresta distante. Essa lendária personagem foi criada em 1893 pelo escritor irlandês Bram Stoker, que se inspirou no folclore criado sobre uma figura histórica: um príncipe, de seu nome Vlad III (1431-1476), “O Empalador”, que foi o “voivoda” (príncipe) da Valáquia em 1448, de 1456 a 1462 e em 1476. Habitava o Castelo de Bran, perto da cidade romena de Brasov, e como “voivoda” liderou uma política independente em relação ao Império Otomano, sendo lembrado na Roménia como um cavaleiro cristão que lutou contra o expansionismo islâmico na Europa. Livros, peças de teatro e filmes imortalizaram a figura infundada do vampiro da Transilvânia. Lendas à parte, o que é que de significativo representa hoje essa região localizada no centro da Roménia? Tendo como capital Cluj-Napoca, toda a região é rodeada pelos famosos Montes Cárpatos (Meridionais e Orientais) e pelos Montes Apuseni, cordilheira dos Cárpatos. Os rios Muresh e Tarnava, afluentes do Tisza, fazem o seu percurso por toda esta zona montanhosa do país, que para além da riqueza do seu subsolo (ouro, prata e carvão), possui um solo adequado à produção de cereais, frutas, vinho e gado. A sua história diz-nos que pertenceu à província romana da Dácia e mais tarde foi ocupada pelas tribos húngaras que ocuparam o vale dos Cárpatos no ano 895. Em 1003 a região foi anexada ao Reino da Hungria. Registos do século XIII, fazem referência à coexistência de povos de origem húngara, alemã e romena. Em 1526, com a derrota da Hungria perante o império otomano, a Transilvânia converteu-se em principado autónomo sob a protecção do sultanato turco. Durante o reinado do príncipe protestante Gabriel Bethlen (1613-1629), o território transformou-se num centro cultural do Centro da Europa. O Tratado de Karlowitz, de 1699, que pôs fim à guerra com a Turquia, permitiu à Áustria adquirir a possessão do principado. Em 1704, Francisco Rákóczi II foi eleito príncipe da Transilvânia, governando até 1711, altura em que foi derrotado na Guerra de Independência Húngara. Em 1765, a região passou de novo a principado, governado pela Áustria e Hungria. Com o decurso da Revolução de 1848, os esforços independentistas húngaros e os movimentos secessionistas de origem romena viram-se confrontados, situação que permitiu, uma vez mais, à Áustria, a possessão do território. Após a Primeira Grande Guerra, o Tratado de Trianon, de 1920, concedeu à Roménia a anexação da Transilvânia, apesar de a Hungria a ter continuado a reivindicar para si. Em 1940, e em plena Segunda Grande Guerra, a parte setentrional da Transilvânia foi entregue aos húngaros. Terminada a Guerra, o território que havia sido entregue aos húngaros foi devolvido aos romenos. Com a queda do regime ditatorial de Ceausescu, a Transilvânia converteu-se na região mais dinâmica do país.
Um abraço
Armando Bouçon