EuroScooter 2008

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A viagem a solo de Mário Cales pelas estradas da europa entre Abril, Maio e Junho de 2008.



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sábado, 19 de abril de 2008

Dia 6 - Torre de Maria Madalena em Renée-le-château


2 comentários:

Unknown disse...

Caro Mário
Esta crónica é dedicada à Torre de Magdala e ao seu obreiro, o padre François-Bérenger Saunière (1852-1917). Padre da aldeia de Rennes-le-Château, Saunière encetou uma série de obras que passaram pelo restauro da igreja de Santa Maria Madalena, a recuperação do presbitério e de uma casa a que chamou Villa Béthanie e, por fim, a construção de uma torre para servir de biblioteca a que deu o nome de Torre Magdala. Convenhamos, que para um pároco de aldeia, não era fácil levar a bom termo tal tarefa. Para isso, lançou uma campanha de angariação de fundos, que correu melhor do que ele poderia imaginar, a partir do seu projecto de tornar Rennes-le-Château um santuário dedicado a Santa Maria Madalena. A vida tornou-se complicada para este padre, a partir do momento em que ele registou as obras em nome da sua governanta e não conseguiu controlar a entrada de dinheiro para a realização das mesmas. Um processo eclesiástico levantado pelo bispo de Carcassone, entre 1910 e 1911, conclui que os dinheiros foram obtidos por meios ilegais, alegando-se a prática da simonia (compra ou venda ilícita de práticas espirituais, como indulgências e sacramentos). Como consequência deste processo, Saunière ficou com a sua reputação manchada, com grandes dívidas e propriedades hipotecadas, acabando por morrer na miséria em 1917. Mas, a história da vida deste padre não terminou com a sua morte. Em 1953, aquela que tinha sido a sua governanta, Marie Dénarnaud, lançou o boato de que as construções do padre de Rennes foram efectuadas devido à descoberta de um tesouro enterrado na aldeia. Nesta época, as propriedades de Saunière já haviam sido adquiridas por Noel Corbu, que decidiu fazer da Villa Béthaine um hotel, ao qual veio a chamar “Hôtel de la Tour”. Clientela não faltou a Corbu, a partir do momento em que, pegando no boato de Marie Dénarnaud, efectuou uma gravação fantasiosa e romanesca da vida do antigo padre de Rennes-le-Château, dando-a a conhecer aos seus hóspedes. No final da década de 50 do século XX, a imprensa regional através do jornal “La Dépèche du Midi”, publicou vários artigos sobre Saunière, abrindo desse modo uma caça ao tesouro que assolou a pequena aldeia durante a década seguinte. Nomes como Robert-Joseph Grugeau, e principalmente Pierre Plantard e Phillipe de Chérisey, criadores do Priorado de Sião, aparecem ligados à história da aldeia de Rennes. A partir das publicações do jornalista e escritor de temas esotéricos, Gérard de Sède, os criadores do Priorado, sugeriram que teria sido a descoberta por Saunière de uns pergaminhos codificados durante as obras de restauro da igreja de Santa Maria Madalena, que permitiram o seu enriquecimento e que com eles teria feito chantagem junto do Vaticano. Isto não passou de uma criação de Phillipe de Chérisey, de acordo com uma carta datada de Outubro de 1967, na qual o seu advogado dá conta de uma desavença entre ele e Gérard de Sède, afirmando que os pergaminhos tinham o cunho de Chérisey. Na verdade, o investigador Wielland Willker, na identificação de um dos pergaminhos, atesta a autoria do mesmo a Chérisey, a partir do Codex Bezae. Para o Priorado de Sião, os pergaminhos serviam para tentar provar a sobrevivência de uma dinastia merovíngia oculta em Rennes-le-Château, da qual Pierre Palntard se proclamava herdeiro. Esta trama, baseada em genealogias inventadas e documentos falsos, acabou por ser relançada em obras literárias como “O Sangue de Cristo” e “O Santo Graal” e, posteriormente, por Dan Brown em “ O Código Da Vinci”. Caro Mário, e só para concluir, convêm referir, para que não fiquem dúvidas, que a vida do padre François-Bérenger Saunière, vai muito para além deste episódio ficcional que eu acabei de descrever. A extensa documentação por ele deixada e o arquivo municipal de Carcassonne, são testemunhos e meios importantes para o estudo da sua obra.
Um abraço
Armando Bouçon

Unknown disse...

Ao ver esta fotografia recuei imediatamente à minha infância e vi-me de novo envolta em um cenário imaginário de histórias de príncipes e princesas.
A donzela em apuros, fechada na torre, com as suas longas e bonitas tranças a cair do lado de fora da janela estabeleciam o contacto com o seu amado que, montado no seu belo cavalo branco, encetava uma estratégia para a salvar.
E depois… happy-end!
Será, com toda a certeza, também o desfecho desta história que agora “escreves” num livro muito especial… o livro da tua vida.