Cá estou em Perpignan, França, depois de uma viagem muito dificil debaixo de chuva e com um trânsito impossível, mesmo para scooters, principalmente carregadas com a tralha toda. Fiquei completamente encharcado nas mãos e tive de conduzir com muita calma. Os motards conhecem-se nos dias de chuva e hoje senti-me verdadeiramente um. A passagem na fronteira é terrível devido às centenas de carros e camiões e às estradas com apenas uma via. Hoje resolvi confiar "cegamente" no gps quando lhe pedi para me levar por estradas sem portagem, e resultou em pleno! Fechei os olhos às placas espanholas e entrei mesmo quando aparecia qualquer coisa a dizer "péage" e no último momento lá aparecia uma saída manhosa para uma nacional qualquer. O percurso espanhol antes da fronteira é muito verde e muito bonito mas não pude tirar fotos porque estava tudo embalado num impermeável que me permite continuar a ter tudo seco. Um pequeno susto (o segundo) quando tive de fazer uma travagem mais forte (a moto está pesada e as estradas molhadas) devido a uma árvore que caíu no meio da estrada. O primeiro pequeno susto foi ontem em Espanha quando li na primeira "péage" que não era preciso tirar cartão porque se pagava ali a taxa máxima... pois... foi o que li mas não o que significava. Devido à posição das letras e ao meu bom espanhol não percebi que aquilo era um aviso e acelerei um pouco (felizmente pouco) quando cai uma cancela na minha frente. Travagem de emergência e o meu primeiro toque (felizmente pequeno) no parabrisas da moto. Tudo bem, sem problemas para todos os envolvidos: eu, o parabrisas e a estúpida da cancela. O couchsurfing está complicado. É a terceira noite que fico num hotel, desta vez consegui um relativamente barato. Hoje o meu anfitreão só me esperava amanhã... ontem não consegui confirmação da disponibilidade e antes de ontem cheguei muito tarde. Vamos a ver amanhã... Estou a pratiar o meu francês com algum esforço mas entendo tudo muito bem e lá vou dizendo as coisas com mais ou menos entendimento por parte dos franceses.
Antes da chuva:

preparada para a chuva (foto de telemóvel porque já estava tudo arrumadinho lá dentro...)

esperança para amanhã?
6 comentários:
Oh meu, que eras maluco já sabia (defeito de família), que eras muita maluco desconfiava (hummmmmm) agora que eras doido varrido é que ainda não sabia... tamos sempre a aprender :) Essa bomba que andas a montar (ups!) aguenta uma dessas até à China?? Tens certeza, pá? Inda vamos alugar um avião para te tir buscar... Sorte! E muita maluqueira (mas vê lá se esta é a última, ok?) Jorge Maia
Pois é caro amigo, a viagem começou molhada e parece que húmida terminará. Esperamos, no entanto, que essa humidade final provenha daquela enorme garrafa de Moet Chandon que inevitavelmente abriremos aquando do teu apoteótico regresso. Sim, porque chegues onde chegares, montado na scooter ou com parte dela montada em ti, cá estaremos para celebrar a tua já incontornável conquista.
Quanto aos precalços, jamais te abstraias da essência do teu projecto: aventura incondicional. E o precalço contituirá sempre parte do seu sal.
Grande abraço dos teus amigos Tó Rolo e António Cerqueira
Afinal deviamos ter treinado mais o frances em vez do ingles...
A foto de telemovel ficou fixe, ma a do arco iris...
"esperança pra amanha"...a do Marcus Calux, não há quem ta tire. Todo os de Casa estao a torcer po ti. Tenta setressar menos e acreditar.
Coragem!! Eu acredito em ti!!
PC
Amigo, em todos os momentos dificeis recorda a tua missão de vida e que a tua Familia está juntinho a ti.
Aproveita.
PC
Caro Mário
Com muita chuva, um susto e nada de couchsurfing, chegaste à Comuna de Perpignan, situada na região francesa de Languedoc-Roussillon. Esta cidade, banhada pelo Golfo de Lion, foi a capital da antiga província e condado de Roussillon. Com vestígios que remontam à época da conquista romana, a cidade destacou-se principalmente na época medieval, quando apareceu mencionada num documento do século X, como “Villa Perpiniarum”. Em 1258, com a assinatura do Tratado de Corbeil, Jaime I renunciou às pretensões dos antigos condes de Barcelona sobre a Occitânia, região onde se situava Perpignan, e em contrapartida, São Luís de França renunciou aos seus direitos como descendente de Carlos Magno sobre os condados da Catalunha. Nessa época, a cidade prosperava como um grande centro de fabrico de panos, peles e ouro. Em 1344, Pedro IV de Aragão, anexou-a ao Reino de Maiorca e só depois de terminada a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) é que Perpignan começou formalmente a fazer parte do Reino da França. A economia desta região assenta na produção de vinho, azeite, cortiça, lã e couro e também no trabalho do ferro. Com o desaparecimento da muralha em 1904, a Catedral de São João Baptista, o Palácio dos Reis de Maiorca e a estação do caminho-de-ferro com ligações ao pintor Salvador Dali, que a imortalizou com um gigantesco quadro intitulado “La Gare de Perpignan”, a partir do qual afirmou o papel essencial da estação na constituição do universo (o centro do mundo), marcam a riqueza patrimonial da cidade. O Rugby Union é o desporto mais popular da cidade. O pintor Hyacinthe Rigaud (1659-1743), o físico e astrónomo François Arago (1786-1853) e a pianista Sandrine Erdely-Sayo (1968), naturais de Perpignan, reforçam a importância cultural desta urbe banhada pelo mediterrâneo. Caríssimo, a crónica já vai longa e tu arrancas amanhã para Marselha, num percurso fabuloso pelo Golfo de Lion. Que os deuses te acompanhem …
Armando Bouçon
Obs: Peço-te o favor de corrigires um erro no comentário que fiz à imagem (Dia 3 – a caminho de Valência) e ao texto “Rocinante”. Eu queria escrever “deixaste para trás Valência” e escrevi “Deixas-te para trás Valência”. Obrigado.
No fim do arco Iris há um tesouro!
Que este teu sonho louco se consiga concretizar!!!!
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