domingo, 27 de abril de 2008
Dia 15 - Belgrado (Sérvia) - 27.04 - "A Estrada ainda mais longa"
Hoje conduzi quase 7 horas em linha recta... É verdade! A ligação entre Zagreb (Croácia) e Belgrado (Sérvia) é uma autoestrada em linha recta. Se tivesse optado por ir em estradas nacionais demoraria o dobro... A Sérvia é um país, pelo menos até agora complertamente plano. As únicas montanhas que se vêm estão tão longe que parecem estar noutro país. 15 dias de viagem, mais de 6 mil quilometros já registados na moto, 6 países visitados. Esta zona do mundo é bastante diferente dos restantes locais por onde tenho passado. As pessoas e as cidades detêm caracteristicas que as distinguem da Europa que conheço. Por falar em Europa, por vezes dou por mim a pensar na utilidade de existir um União Europeia que me permite viajar quase sem ter de parar em fronteiras... se houver uma União Mundial, então aí o mundo torna-se verdadeiramente pequeno. A única fronteira onde mostrei o meu passaporte foi aqui na Sérvia e mesmo assim quando viram que eu sou português mandaram-me seguir de imediato. Parei mais à frente na zona da inspecção das bagagens mas o oficial que lá estava mandou-me seguir com um ar muito aborrecido de como quem quer dizer, "ninguém te mandou parar..." Em contrapartida, os croatas que vinham da Sérvia tinham quase que se despir todos na inspecção! Eram ver as suas viaturas com as tralhas todas de fora, ao relento e sem qualquer condição. Espero que a minha saída da Sérvia decorra de um modo tão perfeito como a minha entrada, embora tenha lido nos conselhos aos viajantes que eles são mais rigorosos nas saídas do que nas entradas. Ontem fui a um aniversário de um CS em Zagreb e apercebi-me da mágoa que ainda existe nos corações croatas a propósito da recente guerra com a Sérvia (país onde estou agora). No fim da festa de aniversário já só se cantavam canções de resistência acompanhadas à viola e ao whiskey. Explicaram-me que durante a guerra muitas vezes a rádio era a sua única companhia nos abrigos subterrâneos e por isso as músicas ficaram nos corações de muitas gerações. Isto é uma zona estranha. Os três países que já conheci, Eslovénia, Croácia e Sérvia não se entendem entre eles. Croatas e Sérvios não gostam uns dos outros nem da Eslovénia. Depois existe ainda o kosovo e afins, a Macdónia que visitarei dentro de um dia, enfim... Em Belgrado tirei fotos que em breve publicarei aqui sobre o edificio que foi bombardeado pela Nato. A minha noção, enquanto estrangeiro que passa apenas um dia em cada um dos países, é de que de facto são povos que apesar de viverem na mesma região têm características muito diferentes. Enquanto nós e os espanhóis não diferimos muitos, apesar destes últimos serem mais espalhafatuosos e nós sermos mais bonitos (lol) os Eslovenos são muito parecidos com os povos do Norte da Europa, os Croatas ficam no meio entre os italianos, os espanhóis e os ditos povos do Norte e por sua vez os Sérvios são muito parecidos com os Soviéticos. Quando digo parecidos falo ´não só em semelhanças físicas mas também em comportamentos e no aspecto das cidades. Enquanto que nos dois primeiros países existe uma riqueza que se nota muito bem na qualidade das casas e dos carros, na Sérvia, ainda se vive um pouco a rudez de outros tempos. Eles esforçam-se para serem simpáticos: parei duas vezes, uma para por asolina e outra para pedir informações e encheram-me de presentes como canetas e brochuras sobre a cidade. Ficam muito admirados por eu ser português e dizem-se parecidos connosco, com orgulho. Mas não sei porquê parecem-me ppuco naurais quando tentam ser simpáticos. As suas expressões ainda são carregadas e os sorrisos apenas esgares. O país é muito bonito e a Cidade de Belgrado tem algumas zonas mais antigas muito bonitas. Os prédios mais recentes, da épocxa comunista são, obviamente horríveis e metem verdadeiramente medo. Parecem escuras prisões em formato caixa de fósforos. A poluição é enporme e eu que vinha habituado aos ares do campo dos dois países anteriores estranhei o constante cheiro a combustível que paira no ar. Apesar de aqui na Sérvia eles terem uns semáforos fabulosos que têm uma contagem decrescente para o verde surgir - para que os condutores possam desligar os motores dos carros e assim reduzir a poluição - os carros antigos que por aqui circulam são verdadeiras chaminés de fumo preto. Gostei muito da Croácia e dos croatas, povo que achei um pouco semelhante a nós - mais do que os sérvios. O meu contacto CS falhou hoje pelo que tive de vir para um hotel e por isso posso actualizar a página da net. Começo já a fazer contas às gasolinas, às portagens, aos hóteis, à alimentação e a mais algumas despesas que vão surgindo e espero que o dinheiro chegue para fazer todo o percurso planeado na Europa. Ainda não sei se conseguirei fazer a 2ª parte do percurso (até à Índia) porque está dependente de conseguir arranjar uma garantia bancária exigida pelo Automóvel Clube de Portugal (essa bela empresa) que "garanta" que eu não vendo a moto pelo triplo do seu valor em nova em Portugal, num país tipo paquistão ou índia... À medida que for colocando as fotos vou também fazendo alguns comentários sobre coisas que vão acontecendo e que a foto ajuda a recordar. Amanhã vou em direcção a Nis (ainda na Sérvia) para depois seguir para Skopje, na Macedónia e chegar finalmente à Grécia onde vou estar quatro dias. O António, um dos amigos que inicialmente queria vir nesta viagem, ganhou novo alento e diz-se disposto a vir ter comigo para me acompanhar no seu automóvel a partir de Budapeste. Se por um lado já me habituei a viajar sozinho, por outro, a ajuda do António da realização e tratamento dos vídeos (para os quais não tenho dedicado tempo) será muito positiva para o registo desta viagem na sua parte europeia. Vamos a ver se o António mantém a coragem pessoal e financera para fazer esta viagem.
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2 comentários:
Vamos a ver é se o caríssimo motard ainda tem energia suficiente para acompanhar o "quase recém chegado" parceiro de viagem.
É que ele vai mesmo! Serão mais de 3.000 Kms praticamente seguidos, entre a Invicta e Budapeste. Ok, não tão louco como tu, mas também não será pêra doce. Mas afinal somos, ou não, tugas? Daremos a volta à Europa sim e esta jornada será memorável. Até já, amigo Mário...
peço imensa desculpa no comentario que deizei no outro post, n tinha visto este ;)
é normal na servia os portugueses serem venerados.
não sei cmo quantificar o quanto me apetece pegar num carro e ir prai fazer-vos uma visita, mas, o tempo agora nao mo permite.
tenho qu vos dar os parabens, scooter é de homem!!!!!!!!
força com isso
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